Clausuras Íntimas
A inquietação não passa e a hora já é envelhecida de clausuras íntimas. Revolvo-me entre as espirais das últimas frustrações. Não quero amofinhar amarguras, mas sinto que perdi... Mas... como pode alguém perder o que nunca teve? O que sonhou e nunca lhe foi dado? E é tão simples perceber quando somos invisíveis, quando tanto faz se somos, se estamos ou não estamos... Talvez por isso tomamos do cinzel e ferimos a alma de quem mais amamos. É tarde eu sei, mas... acordo meus alardes, ao mesmo tempo em que contemplo no espelho o olhar de pergunta: por que? A alma se faz vulnerável enquanto trafega por ruelas interiores. Talvez seja mesmo o silêncio o caminho. Devo economizar nas falas e deixar rolar a lágrima que segurei até agora... Sou juíza de mim e já me condenei a um recuo estratégico para alguma cidadela interior. Ali não há espaço para palavras, somente para o silêncio. Preciso lamber as feridas e cobrir de sal os machucados que eu mesma me fiz...
Maria
Enviado por Maria em 20/10/2015