Maria
Prosa e Poesia
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Vestido Azul
Se de minhas mãos
saem feituras de dourado
é porque alguém
assim as construiu
e o depurador
de feridas ajudou.

Sei que não estou ilhada,
que sou próxima,
e sempre serei,
afinal és fada-madrinha,
sou sua afilhada,
e se permanecer nesta estrada,
sempre perto de ti estarei.

E não choro, agora não,
mas já chorei, e muito,
mas aprendi como tu,
a deixar sofrer
e continuar a viver
a vida que me valeu.
E sabes, a minha cruz,
será sempre a sede de luz,
mas essa já encontrei.

Não ressuscitei minha imagem,
ela morreu uma vez,
foram outras que sempre nasciam
e que eram as da vez,
agora mais uma morreu,
mas sobrou essa,
que ainda sou eu,
e não triste, mas decidida,
sabendo o que quer
e o que pode fazer.

E mesmo que não disseste
sobre minhas letras,
que o que disse era verdade,
eu sei que sim,
porque se não fosse,
por já me conhecer,
não teríamos vindo até aqui,
e onde mais poderíamos ir,
por isso estou a sorrir,
sei que sou capaz,
de com que escrevo pelo menos,
tocar o sol até a raiz.

E isso me animo a continuar,
mas claro, sozinha não,
então teria de voltar,
a caminhar como sempre andei
de asas caídas no chão.

E você que me quis assim...
não devia me abandonar
mas continuar suas mãos a dar,
senão todo o teu trabalho,
e sei, foi muito, muito árduo,
de te levar à lona,
teria sido em vão...
Maria
Enviado por Maria em 28/06/2007
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