Arroio do Tempo
Não sei, não sei. Já me recostei tanto sobre esse arroio do tempo que perdi suas bordas e não sei mais onde começa e nem onde termina. Sou portal de causas perdidas e navegante de mares abertos, mas sem destino. Minha bússola de mão aponta uma direção que não sei mais encontrar em meio a angústia que assaltou meu espírito. As palavras secaram por falta de água para as regar. O absoluto dos meus sentimentos vaga sempre na mesma direção em busca da luz pela qual anseia. Mas, a luz silenciou, virou breu e - na meia-noite -, inferno de solidão. Reflito, penso, medito. De que adianta falar? Pra quem, se não há quem ouça? Colhendo silêncios não encontro inspiração, palavras... Elas definharam por falta de frutos doces para os lábios sedentos de luz. E assim... o mistério de meus sentimentos guarda segredos que agora serão só meus...
Maria
Enviado por Maria em 15/11/2015