Memórias
As memórias não são minhas. No vácuo ensurdecedor do tempo ainda voava minhas tranças ao vento. Nesse sítio não pisei. Nem nunca pude tocar num pedacinho da comida colocada sobre a mesa. Só sei o sabor do prato vazio. Mas não precisa ter pena de mim. Não, não precisa. Eu sobrevivi a todas as ausências. E tornei-me forte para encarar as tragédias que sobre mim se abatem. Sou asa que voa contra o vento da tempestade. Por isso não morri quando o sol se escondeu e não quis mais brilhar em minha vida. Sobrevivi. Porque amar não é deixar a alma morrer. Por isso, com asas de fênix me refiz em meus sonhos e lembranças. Mas... essas memórias não são mais minhas...
Maria
Enviado por Maria em 15/11/2015