Sem olhar a ampulheta do tempo e o calendário da parede, pareço sempre mergulhada em chumaços de reflexão. Ou, recostada nos vitrais das janelas, condenada a pensar, em completo repouso e meditação. Não percebes, mas me sinto hibiscada e atenta ao céu gengibrado de nuvens e à beleza dos gerânios e orquídeas no jardim... São alento pra alma em mergulho profundo no silêncio de si mesma... Se queres, junta-te a mim. Ainda existe lugar nesta imensidão de sonhos que me cerca na manhã nebulosa e melancólica... Quem sabe, em meio à reflexão de meus sozinhos, a alma acorda a poesia que adormeceu aquietada no tapete macio e sedoso de sua própria existência...