Iluminado de Nuvens
Também não sou feita de gavetas e já joguei fora todas as prateleiras de meus armários interiores. Esvaziei-me de mim e nem memória restou para que eu mesma pudesse conhecer minha história. Mesmo assim, continuo em busca de meus pra dentro e meus transbordos diários me provam que também não caibo mais dentro de mim. Agora me escondo em cavernas primitivas que há tempos havia abandonado pra viver nestes condomínios que nada tem haver comigo. Meus nós não desato mais. Os amontoados de trapos que joguei num canto de minha alma continuam lá, espalhados pelo chão, fazendo de pedras para os pés que só sonham o iluminado de nuvens... O peito rasga e a vastidão de sentimentos se derrama em palavras desconexas e insanas...
Maria
Enviado por Maria em 08/12/2015