Maria
Prosa e Poesia
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Deserto de Oásis

Também sonhei milagres em oásis de terras férteis. E quando vesgou do céu a primeira colheita de meus desertos, eu, despovoada do vento arenito, povoei-me de grânulos dessas pedras erosadas do tempo. Por isso, ouvi muitas vezes que, mesmo de longe, nunca cheguei no tempo certo, nunca tentei dedar a dor com o apanágio de minha força iata, com minhas mãos de pedras áticas - igual a uma hebreia santificada -. As sobras dessa ingratidão, dizem os incautos da hora, sempre foram vésperas de solidão, um vento de chuva de lágrimas pra cá, uma tempestade de grãos de oásis pra lá... E nesta ambivalência do tempo, ainda colho oásis e desertos em minhas noites de sonhos insones...
Maria
Enviado por Maria em 26/01/2016
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