Pássaro Azul II
Ontem vi um pássaro azul.
Gralha azul.
Seu grito me chamou
do alto da araucária.
Encheu-me de esperança.
Sei que sou amada.
Muito amada.
E esse amor preenche
as lacunas de meu coração.
Também sei que amo.
Amo de verdade.
E quando a gente ama de verdade
conhece o objeto desse amor.
E quer viver a realidade desse amor,
mesmo que essa seja impossível,
mas quer sonhar com ela,
vivê-la no dia a dia da vida
que ainda resta ser vivida.
As ovelhas conhecem
a voz de seu dono.
Também conheço essa voz.
Já a ouvi várias vezes,
mesmo que em mínimas palavras
e elas estão gravadas
em meu coração.
Eu a ouvi quando
ainda falava comigo.
Depois se calou
e só ouvia seu respirar.
Agora que se calou para mim,
não quero outra em seu lugar.
Se não pode dizer,
calada vai falar,
porque o amor entende
mesmo sem palavras.
O amor verdadeiro,
não olha para aparências,
suporta junto à doença
e se tiver de enfrentar a morte,
enfrenta com galardia,
sem nunca deixar de amar
sabendo que um dia
almas gêmeas, unidas,
na eternidade
vão se encontrar...
E sabe, agora sei,
a menina que chora,
sou eu.
Chora por seu amor,
pela urgência do tempo,
que sem piedade
avança rapidamente.
Chora de saudade...
de saudade
de tudo que
ainda não viveu...
Maria
Enviado por Maria em 07/07/2007