Maria
Prosa e Poesia
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Sal nas Costas
 
E mesmo em se vivendo sob o manto e a égide da morte, ao seu fim, ainda resta impregnada ao chão a marca da trajetória realizada. São pegadas deixadas pelos deuses (mestres) - que alçaram, em vida, o mundo dos eternos - para os aprendizes que os seguem, famintos de caminhos e sal nas costas...

Nota: Joguei sal nas costas de lesmas quando pequena, mas hoje considero um crime fazer isso.

Comentário para o texto do poeta, escritor e crítico literário Joaquim Moncks
 
A LESMA POÉTICA
 
É verdade, sim, sou uma lesma sobre a qual jogaram sal à vontade. E ao arrastar-se sobre o papel, o itinerário se vai marcando, torto e úmido. Segue sua sina, contorcendo-se de dor. A gosma pincela também algumas garatujas, formando inesgotáveis trajetórias. São os labores do estertor: teimosia de ainda querer viver, mesmo morrendo liquefeito. Estes rabiscos podem não ser poemas com poesia, todavia são tão densamente humanos que até parecem satíricos. Enfim, o humor imanente ao estar vivo. O fim do carretel entre o riso e a dor.

Publicado no Recanto das Letras: http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/5597895
Maria
Enviado por Maria em 10/04/2016
Alterado em 10/04/2016
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