Do Mestre para a Aprendiz
A manhã se faz destas horas do tempo que o pensamento voa longe, asas abertas, contemplando a imensidão. Na profundidade do tempo o silêncio, e dentro dele a saudade que o momento que passou deixa todos os dias em nossa janela do tempo. Fazem séculos que nossas palavras se entrecruzam construindo edifícios de luzes, traçando sonhos e utopias de viver. Somos qual pássaros em migração. Ou fazemos parte daquele imenso balé de borboletas monarcas que migra em busca de uma geração nova que seja forte o suficiente para resistir as viagens em busca de calor e sonho para continuar adiante. Viajamos através do tempo com nossas asas cansadas, mas ardentes de vida. E nos quedamos, a alma apaixonada e embevecida, quando o sonho chega e nos permite aquietar e acalmar de nossos voos migratórios... (Maria).
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Maria
Seus pássaros me atordoam. Céu azul, buscado pela lente de uma poetisa, também me tonteia. Belas palavras, que também me expressam ao tentar fixar as belezas do mundo que hoje pouca gente se dá o trabalho de perceber que, ao redor, vicejam coisas maravilhosas.
No céu ou na terra há belezas que muitos procuram, muitos acham, outros não.
O nosso céu é um misto de beleza e nos ajuda a uma meditação íntima. Espelhos de nós mesmos. O nosso céu é um Movimento Contínuo - um Moto Perpétuo - que nos cabe perceber. Os pássaros e o céu azul podem ser nostálgicos, mas nos levam a pensar de onde surgiu tanta grandiosidade.
Se você tirasse esta foto, segundos depois, veria que alguma coisa mudou, mesmo com a volta dos pássaros. Na Física é um Movimento Contínuo. Para nós, leigos, é a percepção da vida. E a cada um cabe receber essas mensagens pois cada um vê de uma maneira. E para perceber o Moto Contínuo do céu não é necessário possuir máquinas poderosas, lentes gigantescas de astrofísicos ou astrônomos. É necessário ter um coração aberto para o amor e uma sensibilidade de poeta.
Já vi centenas de fotos de pássaros e céu azul e borbulhante de luz. E reparei que não existe uma igual a outra, mesmo que sejam tiradas segundo após segundo. Nada é igual no tempo. Tudo muda, tudo se transforma - num tempo inimaginável. Na natureza e no ser humano, nos é mostrado isso. São poucos que tem o dom da abstração e sensibilidade para perceber que essa é nossa vida.
Somos pássaros e céus. E a cada um cabe sentir de uma maneira. Cada um é cada um.
Mas, nós todos não percebemos que além disso tudo há o mais além.
Quem abraça a natureza, consegue amor o mais profundo e entende que é esse amor que falta ser percebido e nele se absorver.
É quando você se sente viva e que faz parte de um mundo maravilhoso.
É para mim tão difícil explicar como fazer parte deste mundo. Todos somos um, todos somos amor e beleza.
Me desculpe, se me alonguei nesta carta e, subitamente não soube explicar o que todos deviam sentir no toque de amor que jorra na natureza e que nós, pobres humanos, não entendemos: a intensa mutante do mundo e a procura do amor.
Uns encontram, outros não.
Exatamente porque somos humanos e ainda muito carentes de sensibilidades.
José Kappel.
Maria
Enviado por Maria em 22/02/2017
Alterado em 22/02/2017