Quietude
Ouço a solidão e quietude ao redor... ouço a solidão e quietude da alma... sinto os meandros dos pensamentos mais profundos... Posso vê-los, senti-los, quase tocá-los... Como me conheço. Como me sei. No entanto, é tão pouco ainda, tanto a aprender sobre mim, tanto a me (re)conhecer, descobrir... As horas já vão... é rápido o tempo... o tempo ruindo como um rio... mas o que importa é que hoje, eu sei, bem sei, os olhos abriram com uma sensação de expectativa, de saída da rotina... Talvez seja a expectativa da liberdade das asas, de que eu posso abri-las e voar... de que não preciso ter medo de não conseguir, de cair ou me afogar em tentativas com fim contado... E o que me causa estranheza (porque não sou assim) é que não tenho mapas desse voo, não entendo a falta de palavras, a não resposta das perguntas (tantas que tenho e que talvez - e é o mais provável - nunca sejam respondidas), não conheço as terras que se desenrolam diante dos pés... e no entanto, desejo ir... Me emociona a minha escolha, me faz sentir profundamente os meus anseios - que se firmam sobre as estacas de incessantes e eternas buscas interiores...