Vestida de Branco II
Andante incansável,
cruzo pontes,
corro por vastos reinos
e montes banhados
por vertentes
de águas puras e cristalinas.
Sou vestal romana
vestida de branco,
tantas vezes ave alada,
que parte
que chega,
do lado de lá.
Sou amor fadado
ao brilho etéreo,
sou taça de dengo,
suturas,
amarras de beijo
e celebro a vida
cheia de reflexos de luz.
Sou a véspera do dia,
porta de sais
e telhado de barro
percorro
sem me importar
geleiras instáveis
e voláteis.
Ando próxima
aos reis e príncipes,
que prometem exorcizar
minhas partidas
e a eles sirvo
a primeira ceia
onde procuro misturar
em botelhas,
potes ou garrafas,
o vinho com água,
para fazê-lo ameno.
Sou a força,
a alegria
e a ânsia do fogo
e sigo com orgulho
o curso das águas
onde espero um dia
encontrar
o destino
inalcançável do sol.
Maria
Enviado por Maria em 10/08/2007