Maria
Prosa e Poesia
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Textos
Mariana
Perambulo meu pensamento
em momentos longínquos,
na cumplicidade
dos relacionamentos vividos,
no augusto passado tão perto,
tão próximo a mim.

Sinto em meu interior
a roda da vida,
a rodar, rodar sempre
na mesma direção,
direção da dor
e do sofrimento.

Hoje não consigo ver
as sinaleiras do tempo
que solitárias
indicavam o caminho
e calçavam meus pés
desavisados
das pedras da estrada
e das portas de ferro e aço
que podiam me prender
ao orgulho
e aos sentimentos vis
que assolam nosso mundo,
novo mundo,
pátria-mãe
de nosso coração.

Placas que me levavam
aos braços feitos do amor.

De meu interior
suspiros de dar dó
se misturam às lágrimas
que se insurgem indefesas
diante da verdade estampada
como placas de avisos
de fim do caminho,
nas canções do sol da manhã.

Minha angústia se fez
construída em letras marianas
que outra vez me fizeram ver
meu lugar neste mundo
que já não é mais meu.

E desafinei diante
da expectativa do dia.
Desmoronei qual gelatina de colher
chacoalhada pelo assolador
vento norte.

Foi isso que recebi
no dia de hoje.
Vozes do passado
a exaltar a mulher Mariana
que não sou.

Compreendi que fiquei no passado
enquanto o tempo avançou
para o presente que hoje é.
E lá não estou...

Esqueci de mim
em algum lugar do passado
ou fui esquecida
ao largo da vida
por quem me puxava pela mão.

Hoje sou só um pedaço de dor.
E peço agora ao bom Deus,
que não permita que meus pés vacilem
e me carregue em seus braços
feitos de esperança
pois andar já não consigo mais.
Maria
Enviado por Maria em 11/08/2007
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