Maria
Prosa e Poesia
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Holocausto
vago outra vez
no holocausto da dor.
parece que esse
é o meu destino,
minha sina,
meu eterno amor.

sou sempre empurrada
para dentro
dos destroços da dor,
dos impasses,
das dúvidas,
das incertezas,
das inquisições que corroem
a alegria de viver.

o vento sempre sopra em temporal
para cima de mim
e derruba minha confiança,
em mim mesma e no meu próximo.

sinto-me pisada
em meus sentimentos,
arrancada de dentro
de minha alma
e cortada em mil pedaços
que serão jogados
num lago de febre de morte.

não sou um animal de corte
e não nasci
para alimento de abutres,
para ser morta,
esfatiada e meus restos
devorados pelos cães ou lobos
que perambulam
pela noite escura.

e nem sou um casaco de pele
para passar de mão em mão,
até apodrecer
e ser jogado ao léu,
para aconchego
de ratos e cobras venenosas.

abandonada à própria sorte,
sozinha, indefesa
diante dos perigos da vida,
vago eu.

nem sei se ainda sei quem sou.
quem sou eu?

um pedaço de dor
que vagueia
por entre a multidão
de homens que matam...
matam sim...

matam de dor...
Maria
Enviado por Maria em 12/08/2007
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