Olho para você e te vejo tão calado, parado, parecendo sempre procurar alguma coisa, lutando para encontrar a vida em algo, em alguém, alguma coisa.

Te vejo sempre procurando a felicidade em outras pessoas, fora de você, quando pode encontrá-la lá dentro, dentro de você.

E não diga que não é assim. Você mesmo já admitiu que sempre fez isso.

Talvez agora tenha mudado, mas como você não fala, não tenho como saber.

Perambulo por suas letras e vejo sua angústia, suas sensações de sempre estar perdendo, sendo abandonado, deixado de lado.

Talvez não seja assim em tua vida real, mas é o que passa em tuas linhas e entrelinhas.

Te vejo correndo atrás de um amor, de vários e por eles querendo morrer.

Espreito seu silêncio que mesmo nem sempre entendo ou compreendo e também te percebo absorto em teus pensamentos, trilhando um deserto de solidão.

Ouço suas desculpas de falta de tempo para visitar um amigo, para olhar uma rosa ou mesmo para escrever uma ou duas linhas para alguém.

É assim que eu vejo você. Talvez não seja real, mas é assim que eu vejo você.

O que você está fazendo? Pelo que você está lutando?

Não sei mais. Você não fala. Falam tuas palavras, mas seriam elas reais?

Elas dizem que te falta tempo. Elas falam que foste abandonado, deixado só.

Se te sentes assim solitário vais deixar sozinhos também os outros?

Queria dizer para você que és importante, especial e que tua vida tem muito valor.

E que sempre estarei aqui se um dia de mim precisar...