Maria
Prosa e Poesia
Capa Textos E-books Fotos Livro de Visitas
Textos
Frestas Do Abandono
Ouço o brado límpido
de minha própria voz
atravessando o deserto
de incertezas, dores,
fraquezas,
que fazem parte
de toda minha vida.

Caminho no holocausto da dor
a cada dia.
Holocausto esse, imposto
pelas letras do tempo
e a minha incompreensão
ou entendimento diante das mesmas.

Sinto-me como uma pedra
a calçar o caminho
dos deuses da poesia,
dos astros e estrelas
deste céu colorido
e cheio de festa.

E assim me vejo e pergunto-me:
- Quem sou eu afinal?

Caída entre as frestas do abandono,
da indiferença, vivendo
os impasses da vida
com o corpo a perambular
pelas areias do deserto,
junto ao vento norte,
caminho solitária,
sem ninguém comigo à falar
ou mesmo escutar.

É assim que me vejo hoje.
Um resto de pó,
pedaço de dor,
vivendo ao largo
da própria sorte,
cheia de cruéis dúvidas
que me assolam dia e noite,
num redemoinho que não se cansa
de me assolar.

No pedestal da dor,
faz tempo não vejo
as rosas em meu caminho.

Onde está a alegria?
Onde ficou o encanto,
a luz que iluminava
meu interior?

Será que tudo isso perdi?

Não posso acreditar.
Preciso lutar
contra isso tudo.
Preciso salvar a mim mesma
de ficar para sempre
neste inverno de dor.
Maria
Enviado por Maria em 13/08/2007
Comentários