Não sou forte, nem imbatível,
embora sempre
diga isso para mim.

Sou frágil, sinto-me indefesa
diante das dores do mundo.

Empresto minha força do amor
e da esperança que me é dada
por Deus na forma de um Anjo,
de um Arcanjo de luz
que acalenta meus dias
e minhas noites de angústia
com o suave roçar de suas asas
e o rebordar de luzes
que foge de seu olhar.

Sou pequena diante de você
e da grandeza de seu espírito,
do conhecimento que tens da vida
e do gigantesco mundo que te rodeia.

E se o invado todos os dias
é porque lá tem lindas canções,
tem estrelas, reis e rainhas,
tem pirilampos,
tem pracinha do interior,
tem crianças em dias de festa,
pipoca-doce, tem sabor
de sol e licor de amor.

Se sou duas numa só
é porque em mim habita
a mulher de dois nomes,
que nunca sabe qual delas
é a matéria-prima,
é a argila que faz o pote,
que faz o cântaro
que carrega a água
para molhar os lábios
dos sedentos de paz
e de alento que a vida traz.

Chego todos os dias em sua porta
e num breve momento
adentro seu mundo
como se fosse meu.

Faço dele minha alegria,
meu encanto,
parte de mim,
uma festa no céu
na presença dos anjos.