Navegas todo dia no meu espírito,
vives por momentos dentro de mim,
na confusão de minha alma,
no respirar difícil de minhas ânsias.

Vens e depois vais embora
sem deixar rastros,
sem deixar marcas
ou mesmo pegadas.

Dizes que procuras,
esgueirado nas sombras
de meu interior,
um pedaço de você,
pátria-lugar para viver e amar.

Não sei se percebe
mas seu nome está colado
em minha alma
e de lá não quer mais sair.

De lá comanda meus passos,
canta minha história
e ouço seu grito arrojado,
ardente e valente,
seu bradar magoado
ao gritar que se perdeu de você
e está a se procurar.

Não sou insensível à você,
nem quero ser casual
a ponto de só esbarrar
minha vida com a tua,
viver uma aventura
de príncipes e rainhas
e depois dar meia-volta
sem construir castelos.

Se abri a porta
é porque quero que entre
para cruzar seu destino com o meu
e juntos navegarmos à procura
de condados onde
buliçam coisas amadas
e mundos encantados.