Maria
Prosa e Poesia
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Casaco De Pele
Na lentidão de meus dias
fadados ao silêncio e as lágrimas,
componho meus versos
e caminho hoje
quase silenciosa
por entre os ramos
e galhos que fazem
a morada do sol.

Vivo em dois mundos pois
sou o dobro de mim e lanço
meus passos à procurar
em minhas palavras,
uma,
uma só,
que fale
e cative o coração.

Se falo abusando muito
do passado é porque nele
descansa minha história
e minha passagem,
- hoje vejo,
tão curta -,
pelo jardim dos sonhos.

E todos os dias ao contemplar
as pedras do passado
- que em cinzas lá restaram -,
derramo uma lágrima de dor,
pois minha vida estava lá,
dentro daquele jardim
e hoje reside naquele
monte de pedras quebradas,
dilaceradas e esfoladas
pelo tempo.

Se evito o presente
é porque não sei
o seu destino,
pois o silêncio cala
no fundo da alma.

Não tento mais reconstruir
ou refazer o futuro do qual
foges em meio ao fogo e dor,
porque nunca o deixaste existir
e por mais que eu tente
adivinhar,
ele sempre será
uma incógnita para mim.

Se viajas e se perde em mim
através de minhas palavras,
não sei,
nada mais posso ver,
nem ouvir.

De que me adianta alimentar
esperanças de voltar
e adentrar teu corpo
que sonolenta agasalhado
em vestes de minha própria pele,
como um deus à luz do luar,
se as portas estão fechadas
e é tu que não queres voltar?
Maria
Enviado por Maria em 18/08/2007
Alterado em 18/08/2007
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