Naus de Silêncios
Meus olhos seguem as naus carregadas de silêncios que navegam os territórios obscuros de meus pra dentro. Minha decepção é comigo mesma e talvez eu ainda não saiba compreender os meandros de minha própria alma que, movida pelos silêncios, faz acordos com a solidão. Sei que preciso parar de calcular perdas e caminhar no sentido de olhar como fazer uma flor nascer no deserto que eu mesma me fiz. Quero caminhar para longe do mal que me derrubou. Olho as naus que navegam os territórios obscuros de meus pra dentro, olho-as, calada, nesse mar de silêncios... deixo que sigam... que vão e levem consigo o ódio e o rancor que não quero, que não me permito mais, que não me pode, de jeito nenhum, meu interior habitar...