Lamento
Em oração a alma fala o que vai no peito,
grita o que corre dos olhos, molha o leito,
pede que a tempestade cesse, acabe,
e que o sol brade seu grito de alento.
De um lado ao outro se embala meu ser,
como num berço de acalentar despedidas,
abraça-se em si, toca o céu da dor,
e soluça o espírito em manso torpor.
Sem entender, nem compreender, o todo,
as tantas palavras, promessas, sem as ver,
relembra-as com o peito a arder, é muito sofrer.
E agora o silêncio que prende a voz, o canto,
ecoa já em mim, retumba em ti, no vento,
é eco do teu, - ah! como lamento.
Maria
Enviado por Maria em 17/01/2018