Vale Dos Esquecidos
Geme o rio que molha
o corpo inerte qual chuva
de relâmpagos a cruzar
o céu da noite escura e sombria.
Uma leve bruma cobre o vale
e no céu, nem uma estrela
arrisca as luzes à vagar.
Exilada no palácio de lágrimas
a avezinha goteja suas ladainhas
em linhas tortas e embriagadas de dor.
- Por que sofre ave alada?
Onde deixaste teu riso, tua felicidade?
- Choro a ausência e a indiferença
do ser amado diante do sofrimento
que me foi imposto por crueldade,
pelo próprio que diz amar.
Destilo minha dor nas lágrimas
que cortam minha vida
e penso no sentido
de ainda existir
para este amor
que só traz
sofrimento e dor.
E neste naufragar profundo
para a reflexão, a ave
queda-se extenuada
e à beira de sua falência...
Nada mais pelo que lutar,
só morrer no vale dos esquecidos...
Maria
Enviado por Maria em 06/09/2007