Maria
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A Montanha Sou Eu
"A névoa fria da manhã, abraça a montanha indefesa que nada mais pode fazer do que deixar que a nuvem a escorra, igual lágrimas sem passado".

E, agora, hoje, sete séculos de milênios depois desse pensamento, tudo está no seu lugar, embora tudo escuro, apagado, tudo escrito somente nas linhas do tempo que não se vê.

A montanha continua a me intrigar. Mas aprendi a deixar as perguntas no coração e a não mais esperar as respostas das que foram feitas. Não as mereço por certo, senão já as teria.

Aprender a aceitação dos fatos é hoje minha mais dura lição.

Do passado nada mais está escondido em minha vida. Hoje desfraldei tudo e pendurei no varal do dia.

Tudo iluminado pela luz dos olhos que me lêem. Mas eu, lá dentro de mim, sinto-me assim, como a montanha, abraçada pela névoa fria da manhã.

E, sentindo-me pequenininha, fraca, desbotada, acabada, indefesa, nada posso fazer, a não ser deixar que a nuvem de névoa escorra dos olhos, igual lágrimas sem passado.

E caminho lentamente para longe da janela do tempo, para a vida real, olhar o céu escuro e a fina garoa que molha o campo das flores que um dia foi meu coração.

Hoje, um coração magoado, repleto, tomado de pedras, cardos e espinhos.

Olho para o alto e peço a Deus que me guarde, dando-me forças, limpando minha alma, dando-me paz e devolvendo-me a alegria de viver.

E ia esquecendo de falar,
aproveito este
último instante do dia,
para à você que me lê, contar,
a descoberta que hoje fiz,
que meu coração aprendeu:
na verdade,
- hoje sei -,
a montanha,
enrolada em tempestade,
não era o sol,
como minha  alma
sempre concebeu...
mas, a montanha
abraçada pela névoa...
era, sempre fui eu...
Maria
Enviado por Maria em 10/11/2007
Alterado em 03/09/2009
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