Asas para os pés
Distâncias das coisas do mundo se agigantam na pupila de floresta.
E o querer é quase sempre um instante entre o sim e o não,
um perímetro de tempo entre o posso e o não posso...
Um sonho querido é bordado em certezas
porque é apanágio da dor
e da saudade do que nunca se teve...
Se há um merecer que calou,
se há uma voz muda e articulada dentro o peito,
se não há mudez ou silêncio de sentidos...
Talvez possa haver um quarar de sentimentos na pele...
Sim, talvez sejam necessárias asas para os pés,
mais do que de olhos...
Diálogos poéticos com Rose Rocha (em memória).
Maria
Enviado por Maria em 04/02/2022