Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Paralelepípedos Infindos

Talvez também tenha olhos de cimento

que giram sombras nas palavras ditas

em um tempo que não mais volta

e que silenciou o que não houve

- meu poema calado de saudades -

na quietude fria do concreto.

Se teus passos se vestem de flores

suavizando ruas, tocando as pedras

de paralelepípedos infindos,

quem sabe - em teu andar cambaleante

de infinitos que adormecem -

me encontras debruçada

por sobre o abismo de poemas

em teus versos triscados de céu

inundados de néctar dos eternos

na terra de um recanto de letras...

 

Maria
Enviado por Maria em 25/06/2022
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