Me inclino até o chão
no plissado som de silêncio
das flautas da terra.
O tocar de nuvens
dos pés descalços,
o minguar das lágrimas
por sobre as folhas das oliveiras
emanam a luz da paisagem encontrada.
Há caminhos nestas linhas,
e posso aventurar-me
nos versos que tocam
a música dos deuses.
Os lírios da poesia descansam,
diáfanos, no tampo sobre a mesa .
Dançam ao vento com os gestos do cinzel
de um velho carpinteiro de palavras.