Um rio também habita o meu coração.
Faz ondas em minha retina e refaz
diuturnamente seu grito contra
as rochas que se debruçam no abismo.
Não coleciono vidas.
Apenas uma voz, entre os eternos,
sustenta o fio de prata entre o ficar e o ir
para os caminhos de leite de Plutão.
Já clamei ao vento, sim, clamei.
Queria perder o rumo como as montanhas
que descem ao sopé em busca de novas flores.
Um rio ecoa em meu coração...
E um silêncio nasce em meu território de nuvens.
Poema e foto: