Maria
Prosa e Poesia
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Porta Fechada

Ninguém pode saber a dor da noite,

nem entender o movimento

que repercute o poema.

Sobra um verso esgotado de sentimento

e a algidez de uma voz que se cala -

contemplando, entre o medo e o silêncio,

os olhos vermelhos de ira da paisagem

e a porta fechada em uma só batida -

enquanto a mão de cinzel

de um velho carpinteiro de palavras

refluiu sua imensa muralha

já - tantas e tantas vezes -

pelas mãos de uma flor, caída...

É assim que - num instante incerto -

um coração consegue compreender...

o dolorido sopro de quem, ainda, viva está,

mas cuja alma de poesia já não mais respira...

 

Poema e foto:

Maria
Enviado por Maria em 02/09/2022
Alterado em 03/09/2022
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