Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Frágil, Efêmera Chuva

Sei que sou pequena diante os pés

que eternizam pegadas em suas andanças pelo jardim,

e das belas flores que encantam o viver

e as buscas secretas da alma poeta...

 

Ainda me alimento do ventar de inspirações

que exalam da primeira página de um livro

que um dia me encontrou em meio às procuras

e gritos inaudíveis por fugas da dor e solidão...

 

O tempo passou e me descobri como a chuva

que cai no deserto  - frágil, inútil, efêmera ou irreal -.

Mora ao sul das estrelas... nos confins e lonjuras da terra

e cai - enevoada de tristezas, solitária e abandonada -

com pegadas desvanecidas nos caminhos dos tempos

tal qual poeira cósmica ou areia calcinada pela vida

que o vento sopra para longe de si sem medo de a perder.

 

Apagada e fugaz - calada de seus sentidos e paixões-,

não faz mais diferença alguma na imensidão

de um universo de cometas, galáxias e constelações.

Maria
Enviado por Maria em 04/09/2022
Alterado em 10/09/2022
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