Tantas estrelas em teus olhos,
tantas constelações em teu chão.
Garimpas palavras entre as flores
e as traz pra dançar de paixão
em teus canteiros de emoções.
Eu? Estou andarilha de montanhas.
Escondida em um antigo jardim,
plantada por um mago de liras
entre névoas de cinzas, pedras e árvores...
E - hoje - olhos mais brandos,
ando nas asas do poeta que
como o carvalho solitário na estepe
pensou que se bastava,
mas entendeu que para se ter valia
é necessário o outro... ...
Que não há como se valer sozinho.
Não tem sentido!, ele sabe...
O eu só não existe!, já disse um sábio homem....
Hoje, na solidão, sou ave de rezas perdidas,
que luta - desesperada e incessantemente -
para não ser carregada para longe
da catedral do coração - sem calor e dó -
pelo cabo de guerra entre minha morte e vida.
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