Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Rol de Feridos

Um luz tênue se debruça por sobre o abismo

deste rol de feridos e amores partidos.

Falo sobre um vento

que nos envolva em sua paz,

que seja um sol notável e distinto,

que apague a dor dos pés e dedos

que dedilham modernidades

e que faça resistência aos desacertos

que residem no suave rumorejar

dessa estrutura medieval de solidão e fugas

que se agiganta entre cartas e bilhetes

enquanto vendem comunicação

como se vendem carros e pão nas padarias 

de uma cidade embrulhada em seu próprio caos.

 

Uma luz vem, desce o manto

sobre os olhos azulados de lágrimas

e, depois, se vai, assim, assim, de mansinho...

deixando no vão de um só abraço (sem beijos)

um silêncio profundo - como uma triste canção - 

e uma noite de estrelas embaçadas,

a janela aberta e um diário de meias-palavras

escritas à luz de candeias em suporte de flandres

que aventam saudades e cortinas caiadas de escuridão...

 

Imagem: Pinterest

Maria
Enviado por Maria em 04/09/2022
Alterado em 04/09/2022
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