Sigo, emudecida, as águas
de um tempo longínquo e tangível.
Não sou a iluminada por estrelas, nem barro sou.
Não sei da densidade do mundo,
pois sou areia de um novo tempo.
Vivo à mesa dos solitários, dos confusos,
dos apáticos e dos indecisos,
como uma vela trêmula e sem calor.
Sujo o rosto de poesia e os pés de terracota,
enquanto faço canções que
não encontram mais os teus olhos.
Espero os dias! E, almejo que - no virar das horas -
eu possa sentir a chuva em meu rosto e pele.
Foto: Charles Carminatti