Talvez, por isso, eu precise aprender
que talvez eu seja esse mar profundo
e céu aberto que o poeta me fala.
Com territórios de esperanças no horizonte
que só se deixam visualizar
pelas fendas na rocha submersa,
pelas frestas que surgem
entre uma nuvem e outra
a vagar universos quando mergulho,
voo ou pouso rasante...
asas salpicadas pelo sangue
de meu próprio bico,
quando não sei interpretar
meus próprios mapas e caminhos.
Quem sabe eu precise descobrir isso.
Que não sou a gota, mas todo o oceano,
as ondas e a maresia que se lança
todas as nove horas da vida
em busca de seu amor...
Talvez, talvez, e quem sabe eu possa
conseguir, num toque de sabedoria saber
que não sou o pássaro, mas todo o voo,
que sou horizonte e meu próprio pousar...
Dona de mim, de meus caminhos de luz...