Talvez o silêncio fale mais do que as minhas palavras e ainda não havia tido essa percepção. Talvez a quietude e o ficar longe do mundo seja meu caminho de paz e eu nunca tenha visto.
Hoje me perguntei com sinceridade: porque se esmerar em escolher palavras que possam vir a ter toda a intensidade e profundidade de meus sentires para dizer o que ninguém ouve? Ninguém se importa? O mundo ficou muito esquisito. As pessoas não se olham mais, não se tocam, não se abraçam, não compartilham mais amor, compaixão.
Hoje eu acordei diferente. Será que isso é amadurecimento? Sei lá. Sei que eu me pergunto e eu mesma me respondo. Não consigo entender o mundo, as pessoas, nem as estrelas deste céu ou as sereias do mar.
Mas sei que a grandeza da vida se encontra nas pequenas coisas, naquelas que, em geral, a gente não ouve, não percebe de imediato, que precisa um olhar profundo e atento para perceber, conhecer, dar significado, ressignificar...
Nem sei porque escrevo banalidades nesta manhã. Talvez para adormecer meu espírito intempestivo, impulsivo, imediatista. Não sei.
E quem se importa? Ninguém. Então tanto faz se falo ou não, se fujo ou fico, se grito ou sussurro, falo por murmúrios que só eu consigo ouvir.
Se você estiver aí, se estiver escondidinho me ouvindo, para você que, por um acaso, me achou neste fim de mundo eu posso falar, mas já nem sei mais o que e talvez não me ouves mais.
Não encontro palavras. Não sei mesurar a imensidão das estrelas que povoam meus sonhos. Não sei. Mesmo assim eu falo, não me calo... porque não consigo deglutir meus próprios silêncios...
Enfim, por isso, não sei. Você que me escuta há de entender o que estou sentindo... .... Entendes?
Já que você não fala eu mesma me respondo: eu te entendo Maria ... .... .... .... até sem palavras... ... .... ....