Às vezes, esconder-se nas profundezas da concha
é mais cômodo, menos dolorido de viver.
Aconchegar-se em si mesmo,
abraçar-se pelos joelhos
e balançar pra lá e pra cá
- agasalhando a dor fenomenal -
em um choro inaudível ao mundo exterior.
É a fuga mais fácil, o caminho menos árduo
para - com pés descalços -
nas areias quentes do deserto caminhar.

Às vezes, calar-se sem ler as frases na parede da caverna,
sem ver as sombras de claros e escuros
que se projetam à porta para nos acalentar
possibilita-nos permanecer sem lutar
para superar as frustações
e pelo que pode conceder a plena felicidade
e trazer a definitivamente paz em nossas vidas.