Andrômeda
Quando falo de ti, estou falando de mim
que vaguei qual nuvem perdida
por milhões de via lácteas,
até encontrar minha Andrômeda,
anos luz deste cantinho de estrelas.
De minhas lonjuras eu a via
em sua forma oval, desbotada e distinta
e nela me reconheci, me achei.
Mas, estrela teimosa e acreditando
que podia pegá-la em minhas mãos,
pintá-la, moldá-la ao meu gosto,
forjar suas formas a ferro e a fogo,
e continuei meu navegar em sua direção.
Quando nela cheguei, Surpresa!
Não era só uma estrela, delas uma multidão.
E era a galáxia mais brilhante do universo,
que emanava eternidade
em suas pontas de luz.
A vida, em seu seio, vibrava,
colorida, festiva, suave,
meiga e branda
e ao mesmo tempo enlouquecida,
incendiada de paixões.
Um pequeno milagre se fez,
- e o milagre sou eu -,
ainda pequena
diante de tanta grandeza,
antes sempre perdida,
vagando na pobreza de amar,
me deixei guiar, moldar.
Hoje seguimos juntas em nossas viagens,
rodamos no céu na dança dos planetas,
rumo à nossa casa, nosso Lar,
ao abraço de luz do Sol,
a mais brilhante, querida e amada
estrela da constelação.
Maria
Enviado por Maria em 13/09/2022