Não quero acordos,
estou cheia de acordos,
erros, acertos e desacertos.
Quero me libertar de regras e cercas
que cerceiam meu modo de ser e viver.
Chega. Estou cansada de tanto ir e vir,
de voltar e chegar, de princípios e seus não fins,
de inícios e fins, de poemas começados e inacabados.
Quero minha vida de volta, minha paz,
meu sol, meu jardim, minha casa poeta
e tudo que me envolve de amor
e encantamento neste mundo que vive morrendo,
explodindo, guerreando, matando e sendo matado.
Não aguento mais as notícias do dia, os jornais,
as rádios que só trazem dor, crimes, conflitos
e só expõe as mazelas sem nem delas saber.
Vou construir, nem que seja sozinha,
um mundinho só meu, onde posso ir e vir,
subir e descer e até cair sem que precise explicar
para alguém o porquê de tudo o que acontece.
Eu só quero viver o milagre de ser eu,
de estar viva e espalhar borboletas e flores ao vento
para que um dia nasçam suas sementes
e o mundo se transforme num campo de girassóis,
num sol de sorrisos como sonhou a mãe e seu filho,
o pai, o avô e poeta de antigamente que agora me reveste a alma.
Tenho dito!
Que se apregoe ao mundo a nova lei:
amar, cantar, dançar, rodar o mundo
soprando estrelas e canções
aos que precisam delas
para a alma viver e acalentar....