Maria
Prosa e Poesia
Capa Textos Fotos Livro de Visitas Contato
Textos

Quando as Almas se Tocam

Sou um pequeno, um miúdo miosótis em flor... Suas pétulas azuladas se esparramam na tela em branco e uma a uma vão se juntando pelas mãos deste pintor de palavras... minha história começou no colo de uma deusa... que me achou perdida em o que os meus olhos viram, uma folha seca caída ao chão... com olhar de amor me levou pela mão até seu jardim... e como jardineiro de amor me plantou no asfalto de minha Verdade, um colibri que nem se sabia ter asas... uma flor... uma simples flor azulada de cor... que surgiu entre as folhas, sax à mão... partituras na alma... e a música se fez dia... dia de colheita de luz... 

 

Fui guardada entre suas pétalas, escondida do mundo e das outras flores, protegida, cuidada... Agora eu era um pequeno inseto voador... que se enrolava em seu ninho e dele não queria sair... O vento batia suas tempestades contra aquela margarida que me segurava com forças para que não caísse, para que não me perdesse entre as flores... meu destino era nascer e morrer... enquanto vida... cantar minha música regurgitada em dores e delicadas flores... mas, de mim fui cuidada, para que para a morte não me levassem, de suas mãos fui cuidada, mesmo não compreendendo... mesmo não sabendo... e na experiência de seus braços feitos me aninho até hoje. Sou flor, sou montanha, sou nuvem, Lua que vira Sol, Saturno em sua plenitude e a estrela mais brilhante de sua constelação... 

 

Mas ainda não sei se sou uma margarida ou continuo um miosótis azulado e miúdo de palavras. Então sou plantada num jardim onde possa crescer sendo eu mesma... se mulher ou menina, se menino ou homem... o jardineiro me entrega meu próprio jardim... e me leva pela mão em meus primeiros passos sobre aquela nova terra... é um novo mundo para mim... tantas flores... uma mistura colorida, barulhenta... e eu ainda não sei ouvir... só ver...

 

Aos poucos vou me mesclando entre eu e eu mesma, me misturando as cores de quem me criou e me fez nascer... muitas vezes não sei se sou ele ou sou eu... choro com sua dor... rio com sua festa... gargalho com suas brincadeiras... adormeço com seus infinitos... deito em seu colo para que ouça minhas lamúrias... ele se recosta no meu para que o acaricie com palavras... na ternura do silêncio de uma pétula que cai ao chão...

 

Caminhamos juntos cantando e tocando nossas melodias... mas então... o simples se complica... surge o ciúme. Um dia um diz: ah, o ciúme me mata! Noutro diz: você só tem olhos para outras flores, corre atrás delas... E o que era pra ser uma música virou uma zoada, farpas e desentimentos sem fim... Eu entendia certo o que achava que era errado, ele falava errado o que achava que era certo... e nada mais era igual... a sintonia desintonizou... vieram as brigas... Olha moleque!!! Estou olhando, estou olhando! Tu está me tirando do sério... E a vida seguiu... e chegou um tempo... que as minhas palavras perderam o vigor... o calor... o amor... nesse dia... ele partiu... deixou um bilhete sentido... pensei que não conseguiria... seja feliz Maria... foi muito bom ter te encontrado... 

 

E segui sozinha num mar de tubarões e leões prontos pra me devorar à primeira visita... Me deixei enganar, me deixei levar por palavras. Acreditava em tudo que me contavam... Achava as mentiras serem verdades... Não sabia lidar com nada, nem comigo mesma... Caminhava sozinha... de longe olhando a montanha que se projetava entre as estrelas... soberana... sem entender quem eu era...e achando que entendia quem ela seria... 

 

Virei imitadora de dores... Se alguém chorava eu me transformava numa feliz carpideira... se alguém ria, eu era a palhaça que fazia estrepolias sobre a carroceria de um carro pelas ruas da cidade... se uma flor despetava eu morria com ela... se um botão nascia eu ressurgia... E ia deixando minhas marcas por onde passava... não lembrava dos conselhos do velho carpinteiro de palavras... Deixava flores na porta das casas e logo vinham os cães farejentos de uma flor que acabou de nascer... e eu não sabia lidar com seus latidos e muito menos com suas lambidas em minha mão... 

 

De um lindo miosótis em flor me transformei numa flor seca e vazia... não brilhava mais... perdi meus encantos. Não acreditava mais em ninguém. Não falava mais com ninguém. Sozinha ia tecendo meus bordados na varanda da casa e distribuindo a quem passava. Uns levavam, outros não... uns cheiravam, outros não... Mas ele... ele nunca mais vi... partiu com uma pedra pela cidade de arcos... um dia com Manuela, outro com Vânia, Sandra, Carmela dos Reis... Cada dia uma nova flor em seu jardim... Eu olhava de longe e não compreendia... Pra que me botou neste mundo e depois me abandonou sozinha dentro da jaula dos leões? 

 

Eu não conseguia me ver no espelho como igual... sempre me diminuia, sempre me via pequena diante a grandeza desse universo de luzes... tudo que diziam era o que eu precisava falar... mas quando chegava minha vez de a boca abrir, me perdia entre as palavras... e falava e falava e não dizia quase nada... definitivimente eu não me sentia igual... nem sobrenome eu tinha... peguei um emprestado de meus ancestrais e caminhei com ele por séculos... um dia... descobri que não precisava pertencer a uma família em específico... podia falar qualquer língua, podia ser quem eu era... ser eu, Maria...

 

Então o jardineiro voltou... já haviam se passado seis séculos... e eu nunca mais o tinha visto ou ouvido sua voz... ele chegou como se nunca tivesse ido... e me encontrou outra Maria... agora eu não era só duas... era multidão... e todas caminhavam dentro de mim se debatendo... brigando... esperneando...  e eu vivia prometendo mudar... ele me dizia... eu não quero que você mude... seja quem você é. se quiser esbravejar, esbraveja, se quiser rir, ria, se quiser chorar, chore... mas seja você... recupere o brilho que você está perdendo...

 

E seguimos um tempo juntos outra vez. Eu cantava do meu lado da rua ele tecia liras do outro... Era lindo de se ver... mas tinha algo que atrapalhava nossas canções. Eu não sabia lidar com elogios, nem com os feitos para mim que geralmente entendia errado e embravecia... e nem com os elogios para ele que falava por sátiras que eu não entendia de primeira mão... e quando brincava eu já achava que estava falando das flores que nasciam ao meu lado... e lá se iniciaram os ranços novamente... E fui mais um vez abandonada... dele só vi olhos vermelhos de ira indo embora pela estrada, mala e violino na mão... fiquei só com um rio, um lobo, uma Rosa, um carro de marca e um senhor que me abençoava com homenagens e fiel amizade...

 

Passaram-se mais quatro séculos... já viramos um milênio... olhei pela janela e quem estava lá? Posso escrever para você? me pediu... Deve, apenas respondi... E abri a porta e ele entrou... Foi mais um tempo de presente para caminhar ao seu lado... Ele cantava eu respondia... Eu dançava e ele me levava pelo salão... Tempo lindo... Mas...ele ia e ele voltava... ele ia outra vez e mais uma vez retornava... um dia... foi-se... nunca mais o vi... nem sua voz ouvia. Procurei por florestas, olhava na lista dos mortos e desaparecidos... perguntava aos céus... fazia diariamente minhas preces sempre pedindo por ele... que fosse guardado, cuidado, amado... e que nunca, nunca... parasse de cantar... era um pássaro canoro de voz rara, de canto inusitado... 

 

A saudade foi se tornando o tema de minhas canções. Onde estava meu melhor amigo (era assim que ele me chamava: minha querida amiga Maria)? Onde sua voz de piano me acompanhando pelos teatros da vida??? E... quando o mundo já ia morrendo ao meu redor... recebi uma caixa... era meu natal... dentro uma escrivaninha e uma cadeira... papel, tinta, telas, diários, canetas, tudo que eu precisava para seguir compondo... Escrevi, cantei, chorei... Era minha casa. Se quebrava um cano ele vinha consertar, se faltava luz ele trocava as lâmpadas, se precisava um prego pra pendurar uma toalha e ele vinha com seu martelo e martelava o prego pra mim...

 

Essa foi sua volta mais longa... caminhamos juntos mais uma vez... andamos de bicicleta, olhamos álbuns de família, andamos de carro pelas cidades, cada um conhecendo um pouco do mundo do outro... depois íamos para nossos cantos e colocávamos tudo em canções... Foi assim que nasceram sonhos... foi assim que nasceram flhos.. lumiares de brisas, sonhos de Zebedeu... pouco nos falávamos... era sempre eu que ia em sua casa deixar um bilhete de ânimo e coragem em sua porta... era sempre eu que escrevia uma carta quando achava que ele chorava demais em suas canções... estava sempre presente, em cada natal, em cada virada de ano, encorajando... empurrando pra frente...

 

Um dia ganhei mais uma vez  a porta da casa. Foi uma conquista porque da primeira vez ele havia queimado a casa comigo dentro e com a chave e tudo... Então entrei e fui reconstruindo o jardim... dia a dia deixava cair uma semente... Aos poucos as flores foram nascendo. Eu plantava, ele semeava, eu colhia, ele colhia também também. As pessoas já nem sabiam mais quem era o verdadeiro dono da casa... nem mesmo sabiam quem éramos... se quem cantava da janela era ele ou eu... 

 

Aos poucos nosso jardim foi ficando colorido. Não éramos mais só duas cores... Éramos uma multidão de mantos coloridos espalhados pelo chão... nossa música tomou proporções gigantescas... falavamos qualquer língua... uns entendiam, outros não... não importava... só queriamos falar... foram nascendo mais filhos... uma profusão de flores crescendo em nosso jardim.. como fadas-madrinhas estendiamos nossas varinhas de condão sobre cada uma delas e as largavamos a beira do ninho quando víamos suas asas prontas para o voo... 

 

Assim, nasceu a Rosa de Setembro, a Mulher Cerejeira, tantas e tantas flores brilhantes e coloridas que nasceram das mãos dele... até que um dia nasceu um Gerreiro... pequeno... nem se entendia ainda... um pingo de gente... entregava botões de luzes de vez em quando... O mundo estava criado... O círculo estava formado.. Os elos ligados... garantida a descendência... a ancestralidade tatuada na pele de cada um... identidade... força... talento...

 

Então a vida deu outro bote... E esse quase foi o final... Dessa vez fui eu que parti... entrei no túnel de escuridão e por ele me fui... sumi... estava morta...silêncio... apreensão... a poetisa morreu... diziam... outros: não, ela apenas adormeceu... Então.... o milagre, um beijo da vida a ressuscitou... E ela voltou diferente... mais madura... pensativa... meditativa... espiritualidade à flor da pele... sentia-se pequena, mas sabia que tinha força. Acreditava no que o jardineiro lhe falava... que tinha guardado suas sementes, que ela ia brilhar novamente...

 

O tempo passou e eu lutava para viver... sobreviver... não sabia mais andar no mundo. Me sentia fora dele... como se ele fosse um mundo paralelo...aquele beijo da vida havia me acordado... mas eu sentia que havia perdido minhas asas... parei de voar... silenciei... já não cantava como antigamento... nem ele, nem eu... 

 

Foi um tempo de muito cuidado... recebia presentes finamente preparados... uma cerejeira em flor, um lago com um por do sol, uma lua beijando a montanha... presentes que me faziam gargalhar, rir... e então... bem lá no meio uma fita... uma linda homenagem... entendi... fiquei calada, não sabia o que dizer... lá estava eu, lá estavam meus Guerreiros, e lá estava o velho carpinteiro de palavras todos parte de uma mesma história... uma linda história de uma família feliz... um lar foi construído... um ninho para abrigar a vida... podíamos cantar sem hora marcada, podiamos falar belezas e despejar flores pelas janelas a hora que quiséssemos... 

 

E como trabalhávamos... como escrevíamos canções... uma palavra, uma pétala de flor, um espinho... tudo virava música... era a forma que encontrávamos para ao mundo explicar suas próprias dores, amores, paixões... alegrias e felicidades. Decidimos entregar só belezas... só amor... só leveza...

 

E partimos para escrever nossa história... nossas memórias... não sem dor ou sofrimento porque recordar é viver... viver de novo o já vivido. Amadurecemos... Podíamos apreciar nossas próprias músicas... cheirar suas cores... entregar belezas um ao outro também e não só ao mundo... nem sempre éramos compreendidos... nem sempre nos compreendíamos... mas continuamos escrevendo... contamos as nossas e as histórias dos outros. Reunimos tudo num só lugar... Aprimoramos nossos instrumentos... aumentamos a casa, melhoramos as instalações... e nunca, nunca mesmo descuidamos um do outro e dos nossos jardins... eu revisava suas plantas todos os dias... ele enaltecia a perfeição das minhas.. eu deixava bilhetes falando das belezas das suas canções... que elas haviam me salvado a vida... que eram belas...inusitadas... e seguimos assim... 

 

Entregando abraços pelos caminhos iluminados e brilhantes... carregando nossos lampiões para mostrar o caminho aos que não sabem para onde ir, para os que querem caminhar junto... ele com seu cachorro sonolento, eu com meu lampião de querosene, eu riscando fósforos na escuridão, ele se escondendo em seu capuz como uma ema com medo de que eu fosse lhe queimar... 

 

Ainda fico lá, sentada a beira da estrada de folhas de plátanos... o banco úmido... pensativa e triste, às vezes... a vida continua me machucando... tenho correr atrás de bálsamos e pomadas para me curar... ele? pelas estradas a me procurar... 

 

Um dia... dia de sol e neblina, entre claros e escuros do céu, me achou... me encontrou sentada naquele banco de madeira, sozinha... triste... me pegou no colo e me acalentou... me ninou como a um bebê... e ficamos lá... só olhando juntos o mundo ao redor, apreciando a natureza, as flores, as árvores... o céu, as estrelas... acho que finalmente ele aprendeu a tocar a sua verdadeira música... o piano que estava abandonado voltou a ser tocado... e que músicas... ele nunca cantou como agora... um barítono, um roqueiro, um romântico... não importa... ele pode cantar o que quiser... Eu uma rosa dentro de outra rosa. Me descobri coração, amor... e saí semeando flores pelas ruas da cidade... registrando tudo em fotografias as coisas lindas que vejo... depois... olho os álbuns e faço minhas canções... cada imagem uma frase, cada página um dia... me descobri igual a ele... somos um... com nossas músicas que acalentam o mundo...

 

Aprendemos a dançar com as palavras... Aprendemos a amar e sermos amados... a deixar amar e entregar amor... a mulher e a flor, a flor e a mulher... duas vidas em uma... Aprendi a tocar violino, delicadamente, com força e intempetuosidade também... coloco o tom em cada nota... e sigo dedilhando minhas cantigas... sempre em diálogo com ele... aprendiz... mestra... tudo ao mesmo tempo... Falamos de amor... entregamos beijos pelo mundo... quem é tocado por nossos lábios de amor vive felicidades, nem que seja por um instante... nos maravilhamos com nossa música... com nossa dança... com o sol iluminando a poesia de nossas vidas, selando o compromisso com o amor... com a beleza... com a vida... 

 

E ela nos abraça todos dos dias... nos entrega luz em seus abraços... nos faz olhar nos olhos e dizer nossas verdades... nossos erros e acertos... nossas perguntas e nossas dúvidas... nossas angústias e necessidades... desejos e vontades... medos e imperfeições, dificuldades... 

 

Paramos para dançar na estrada, um esperando o outro chegar no mesmo espaço... como dois girassóis de amor... numa música que leva o corpo e alma em suas ondas... que faz fechar os olhos e se buscar... se encontrar em palavras... sem palavras... nas reticências... nas pausas, entre as vírgulas... espaços... na solidão debaixo da árvore, no balanço da vida... na beira do rio, sentados no cais... guarda-chuva colorido nas mãos...

 

E dançamos com as palavras a música dos eternos...acalentamos o filho amado em nossos colos... como uma mãe, uma verdadeira mãe... deitamos no tapede de folhas verdes para nos olhar e contemplar em nossas belezas, em nossa simplicidade de falar e andar... lado a lado olhamos a natureza que cresce e floresce ao redor... somos placas que indicam o caminho... alguns nos seguem e aprendem a nossa língua... guardamos nossa história em retratos na parede... dialogamos como pássaros. Há cumplicidade em nossas mãos, em nossas vidas... compartilhamos coração... somos família... admiramos e preparamos nossos amados rebentos para a vida... entregamos a eles um horizonte, um mundo onde poderão caminhar para sempre... onde poderão contar nossa história... nossas Memórias dos Sentidos... nossas Memórias Afetivas... Nossos corações e almas... 

 

A família continua aumentando... pequenos rebentos garlando o mundo... como pólen das flores... e nós vamos seguir assim, sempre juntos... dançando pela casa, dançando na chuva... caminhando pelas águas da praia... dançando na floresta encantada, beijando no meio da rua... sabendo-se seres especiais... priveligiados, entregando o beijo de pai... de mãe a quem precisa... rodopiando nossas asas pelos campos... dançando felizes e coloridos pelas praças da cidade. Eu vestida de flores, ele de príncipe das palavras... bailando em nossos vestidos de festa... se amando nos temporais.. aprendendo novas danças, ouvindo nova música, sentindo a presença e a existência um do outro.. entregando sentimentos que sem poesia não se consegue falar, traduzindo em beijos e abraços, estar junto, perto, selando com um beijo uma linda história de melhor amizade, de amor, de paixão pela vida, pelo mundo e as coisas do mundo... o compromisso de zelar por nossos jardins... de eternizar nossas memórias, de sempre, eternamente se amar... dançar com a vida e o sol, a luz... acarinhar, viver a maturidade do amor... olhar para a mesma direção, sempre juntos... entregando música e dança, liberdade e paz já conquistada... amor, leveza em amar... paz... 

 

Eis nossa missão... arautos do amor, da alegria, da felicidade, da festa de criança... do beijo de vida, do amor entre um homem e uma mulher, entre o Poeta e sua Musa, entre a Poetisa e seu Poeta, amor que não precisa de palavras... mas fala em silêncio... fala com gestos.. com o olhar... ouve... escuta... abençoa, acredita... amor só de chegadas e nenhuma partida... amor de duas crianças que se apertam nos braços um do outro sem medo do amanhã... só querem viver o agora, o presente... dançar juntos a sua própria melodia... assim, assim... num momento, único instante, coroado de trigo e sol, caminhando juntos ao luar da noite... entregando o coração...voando como pássaros ou balões... sentindo... vivendo o amor... na promessa de um beijo, num mundo azul de sentimentos, juntos hoje, ontem, amanhã e na eternidade de luzes... na velocidade da luz...  por sobre as nuvens escuras, no encontro com nossas fitas vermelhas na dança nas alturas, para sempre em nosso castelo de nuvens... na cama de fofo algodão, dançando a música das estrelas... amor de esperas... de só chegadas... até nos transformarmos em luzes e seguirmos nossa jornada para o universo... em busca de, outra vez, se encontrar... no marulhar das ondas do mar, nos trovões que ribombam no meio da tempestade, nas ondas da nova... na música que transborda felicidade... É ali que nossos violinos e cordas se tocam... se unem... se laçam... formam elos inquebráveis e eternos... 

 

Somos esses elos que ligam o mundo... que unem corações... que fazem as almas se tocarem, na música, na poesia... na vida... em nossos natais... na hora certa... no momento certo... numa corrida de um para o colo do outro... para dança dos cisnes que agora se descobriram como tal... sabem que são luzes... que um dia se encontraram neste imenso universo e não se soltaram mais... 

 

quando as almas se tocam...

sentem seus cheiros,

se reconhecem...

 

em suas preciosidades,

em seus sagrados...

em suas belezas,

trocam segredos...

e percebem seus Eu´s...

 

quando as almas se tocam,

se olham... elas se veem...

e... completas se amam !

 

 

 

 

 

 

 

Maria
Enviado por Maria em 29/09/2022
Comentários