Baby

Ele me segue por onde vou. Fica olhando pra mim,

me chama de baby, neném, me abraça,

bate palmas quando sou feliz

e sorrio ou quando digo algo engraçado.

Diz que sou caliente, uma fogueira que apaga e acende

pirotecnicamente, como palha com a chama do isqueiro

ou como luzes que piscam no banco da floresta encantada.

Fala que sou gentil e que é muito grato por cada carinho que lhe dou

e depois me chama de amor e me dá um beijo de vida.

Me diz que sou linda, até um pouco briguenta,

esquentada, que, de vez em quando, sou triste e chorona.

Ele me ama de montão e enche meu coração de luz e pérolas de ninar.

Ele me entrega muito amor neste novo ciclo de vida que temos... 

Agora quero viver com ele assim:

numa pousada de estrelas, comendo maçãs,

ele me dando comida no bico, me ensinando a voar,

morrendo de ciúmes dos pássaros e cervos que me rodeiam e procuram,

me ensinando como avezinha de asas pequenas a dançar no ar

sobre as nuvens com nossas fitas vermelhas,

deixar de ser triste, voar como uma folha melaça

para suas mãos de amor, sentir o cheiro da vida,

do prazer de voar num balão de retalhos coloridos,

vestida de sonhos, mãos tocando a música do amor,

da paz num piano diário.

Chegar em sua casa de amor como uma criança que canta alegria,

paz, que saiba sentir o cheiro, o aroma da vida

e não ter medo de perder a liberdade adquirida

com muita dor e tantas batalhas.

Ele me quer rosa linda, alegria de um botão de flor, 

dormir em seus braços de ternura e paz em nossa noite de amor.