Também queria me embrulhar
em um manto vermelho
e adentrar o monastério de Hemis
para descobrir o que há por detrás
de tanta luz e quais são as mensagens
que nossos ancestrais escreveram
na parede de terracota.
As luzes azuladas e prateadas
que vestem a escada da vida
deviam me ensinar que escadas
são para subir e descer,
mas também servem
para sentar e descansar
das batalhas cotidianas.
Não sou um monge,
nem santa eu sou.
Não sou uma mulher que possa
ter pactos ou afinidades
com o sagrado ou que saiba
como foram construídas
as pedras e tijolos
que revestem o batente da porta
sempre aberta para quem está fora,
mas sem placas que apontem
que é possível e livre
para todos adentrar
o recinto sagrado.
Olhando de longe tem-se a percepção
que o mundo parou naquele passo
entre a porta e a parede...
e dela não é mais possível passar.
Mas... há uma escada...
e por ela é possível ir...