Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Conheço esse vento

de esquinas

que se diz miúdo

e solene,

valente e forte.

 

Já toquei suas ondas

e beijei suas águas.

 

Ele não é um indigente,

abandonado, sem identidade

ou rosto de ser.

 

Tem até sufrágios,

muito embora

não faça votos.

 

Ele é guerreiro

e espraia amores,

embora se queixe

que não tem mais parentes,

que todos partiram

deste mundo

sem despedidas.

 

Sei quem é esse catalão

que vai de cá pra lá

a procura de si mesmo

e do outro que mora

dentro dele.

 

Falam que ele

deixou passar a vida.

De fato, podia

ter voltado antes.

Deixou o tempo passar,

mas foi porque

ela precisava crescer,

deixar de ser vida-menina

para ser mulher-vida.

 

Ela foi, e ele voltou.

Nestas idas e vindas,

foi que houve

um encontro cósmico,

tamanha a beleza

das canções

que ecoavam

de seus passados.

 

Hoje são vento

na face e cabelos,

sussurram segredos,

mistérios que vivem,

na eternidade

do fausto das luzes.

Maria
Enviado por Maria em 08/10/2022
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