Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Se somos obreiros de coisas perenes

não há por que desenhar um início e um fim,

não há que desesperar sem conhecer

o Abraço de Acalanto que tanto já entregamos

em nossas estradas e que nos ensinaram

que o amor é caminho da paz e da luz.

 

Também me angustio com a espera,

tenho medo de que o que aguardo

não chegue para pular em seu colo

e me aninhar em seus braços feitos.

 

O tempo é curto para quem ama.

Horas são minutos que correm

a velocidade da luz.

E tudo parece volátil,

escorregadio neste espaço

de tempo em que as horas entram

em rota de colisão com as ausências,

distâncias e silêncios das não respostas

que, nem sempre, conseguimos entender.

 

Conhecemos os textos de cor...

são tão familiares que nos encontramos lá,

num moinho espanhol que roda suas pás

ao sabor do Vento Sul.

 

Permeamos ansiedades e solidão

em nossa estrutura de braços

que, julgamos, inalcançáveis

ao céu de seda e cetim.

 

Se conseguimos administrar o medo,

se somos senhores de nossos desejos

e pensamentos mais loucos,

se somos plantonistas do amor,

dos que não tem sombra,

não precisamos brincar

com a vida e a morte.

Há possibilidades de escolher viver.

Só precisamos nos dar uma chance.

 

Mesmo os dias em que o sol

não acende mais nossa vida

e a lua se debrue em lástimas

pelos umbrais das portas fechadas,

sem inspirar coisas do amor,

quando nos sentimos

guerreiros derrotados,

é só se deixar tocar

por mãos de fada e amor

para tornar-se em pó

dos tropeiros de guerra.

E que todas as batalhas

sejam coroadas

com um abraço de acalanto

e um beijo de amor.

Maria
Enviado por Maria em 08/10/2022
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