Se estamos no início
ainda não há fim
e disso podemos guardar.
Se seguirmos indo,
podemos nunca chegar,
mas não importa o destino
e sim a viagem que fazemos
para ir até lá.
Somos viajantes
e passageiros do tempo
e o tempo nos oferece
uma viagem histórica
pelas paisagens do caminho.
Como bem disse o poeta:
somos a Era dos Extremos,
quando nos propomos
a ser um viajante
"de olhos abertos",
ao empreender
uma viagem histórica
por este "breve século"*.
Ao que a poetisa responde:
"essa imagem de viajante/viageiro",
anima "porque viajar sugere
deixar o lugar onde se está
e a ele posteriormente regressar
após uma caminhada
que desperta prazer
e propicia descobertas,
encontros".
"Viajar é assim,
um ir e voltar que enseja
ampliar e renovar horizontes"**.
Viajar é perder-se de si
e adentrar no outro
em seu santuário do coração
em sua morada de luz.
* Eric Hobsbawm (1914-1997).
** Maria Lúcia Carvalho da Silva