Se há sol na varanda
desta manhã de musgos
não há porque temer
histórias de fantasmas
contadas por gueixas imaginárias .
Se o riacho que beiras é vivo
e roda suas águas incessantemente
para mover os moinhos
e as terras do caminho,
um dia flores haverão de nascer
e construir uma nova paisagem.
Os sós também amam.
E entregam seu amor ao próximo
que reserva a dor para a cura da alma
no sopro de vida do vento
que movimenta a paisagem d'ouro.
No silêncio das sementes
que morrem a cada segundo
não são necessários amos.
A própria vida delas cuida
e as faz adormecer
a procura do amor
para no final,
acordar o amor da vida,
o amor sem morte!