É senda de todos nós,
andar e procurar,
muitas vezes,
pelo que já encontramos
e ainda não sabemos,
não vemos ou, mesmo,
fazemos questão de esquecer.
Muitas vezes,
fazemos do encontro
um desencontro
para ter feridas para curar
ou jogamos tudo no passado
para fazer de conta
que não nos importamos.
Mas... a vida fala tanta coisa
e um dia, ao revirar
velhos baús de quinquilharias
encontramos uma carta
amarelada pelo tempo,
um retrato perdido
entre as folhas
e flores de um jardim,
aquela velha foto
de um menino
em sua bicicleta...
Então percebemos
a verdade: que já nasceu
e está bem perto
o que esse menino sonhou.
Talvez, talvez...
nos faltem olhos abertos,
que se espantam
com a estranheza
de um olhar de primeira vez
para compreendermos que,
o que procuramos
com tanta ânsia e angústia
já está dentro de nós.