Somos como as montanhas.
Procuramos no próxima o sol,
a luz e a cor que já habitam
até nossos píncaros de amor.
Caminhamos pela floresta fechada
em busca do que nem sabemos.
Simplesmente buscamos.
Nossa sinceridade faz a discrição
do que não queremos negar.
Esquecemos que percorremos
trilhas abertas ao sol e à meigas estrelas
e não vemos que em nosso cume
sua luz adormece teimosa
e com coração de criança
saída de uma senda que,
de mitológica não tem nada.
Visigodos de pedra guardam
a porta de entrada madeira
para que não entrem espíritos
magoados e forasteiros,
ávidos por comezinhos
e desgraças particulares.
Que voe o pássaro em busca
de albergue em seu coração,
que estenda seu arco e flecha,
de centauro nascido,
e crave lancetes em seu peito.
Lhe fira de amor e lhe diga
que não há ferro-velho
encalhado no centro mundo.
Há um lago e uma imagem
de força espelhada nele,
carregando em seus costados
o Sol e a Luz que faz
de dois lances de luzes
um só brilho de eternidade.