Existem dias e dias.
Em suas vertentes corre a água pura,
mas também pode escorregar a lama.
Como é uma metáfora podemos escolher
que dia queremos pra nós.
Se de luas esmaecidas e sem cor
ou luas brilhantes como o sol
que iluminam a noite a fazem ser dia.
Se somos Ninguém, somos.
Temos nome.
Sobrenomes importam
para pagar faturas ou recibos?
Não.
Nessas horas o que canta
é o dinheiro que anda nas mãos
de homens e mulheres e, muitas vezes,
corrói suas almas e corações.
Não há acasos num caso.
Não há como ser de ocasião.
Se acontece não é por acaso.
Já está escrito nas estrelas.
Seja passageiro de uma delas
e não perca o riso de criança
nas abóbodas de luzes quase perfeitas.
Lembra que somos perfeitos
em nossas imperfeições.
Se nada haveria para lapidar
ou aperfeiçoar que diabos
estaríamos fazendo aqui?
De que adiantaria a poesia,
os versos provindos da dor de amor,
do sofrimento e solidão
de tantos passos que mesmo falas?
Se é entre você e eu,
é entre nós dois.
Aí é outra história.
Não é um caso
de esquinas suspeitas,
de verdades camufladas
ou mentiras sensacionais.
Não tem faturas e recibos a pagar
e não é parecido com lápides
de cal e cimento
ou com a entrada do inferno.
Tem colo e benfeitorias de amor.
tem calor de abraço,
elos pra amarrar
e não mais perder
e perfumes de flores
que só exalam chegadas,
não mais partidas.
É uma viagem
de um pássaro de amor,
bordada num vestido
enfeitado e de raro efeito,
que carrega em suas asas
chão e identidade
e toda simbologia e realidade
de um amor que já nasceu
e agora é eternidade.