São séculos de vida procurando,
de solidão em solidão
e só encontro pó de palavras,
breu puro, falas sem sentido,
vestidas de solidão e percas diárias.
Se é assim, que dizer?
O que me disse:
fica de presente a angústia
e a dor da solidão e sonhos perdidos.
Viva tua vida comercializando castelos,
permeando pedras sem nome
nos desencontros com a vida.
Desencontros?
É! Se precisamos ter,
as 10 horas da manhã
uma vista panorâmica
do que seria nós dois
se vivêssemos pra se encontrar...
as reticências falam
o que estás pensando...
o futuro é Agora,
não no Amanhã.
Entendi a mensagem escrita na parede.
Tenho cinco motivos para silenciar
e 10 para ser passageira da vida.
Pode ser ao contrário.
Mas digo: que adianta ser pollglota
e só falar a língua das angústias?
Angustiada fico eu achando
que faria uma viagem a dois
e agora descubro que
vou ter de viajar sozinha.
Tenho de sair atrás
de uma rede de viagens
enquanto a vida faz
cruzeiro pela minha alma.
Não vivo de abonos
ou de circunstâncias.
Faço meus planos de voo
enquanto você ainda clama
por meu coração que já é teu.
Por isso, é eu que devo dizer:
falo por mim, vivo minha vida,
sou simples.
Estou a mil léguas,
mas estou aqui.
Se dizes que sua solidão
ninguém veste está tudo certo.
Só precisamos vestir o simples.
No amor não importam roupas.
O amor só precisa estar junto,
pés descalços andando
pelas trilhas da vida,
camiseta de amor
e abraços queridos,
beijos de cetim-mel
e a solidão vestida de luz.