É um sopro, um sussurro.
Uma melodia quase inaudível,
in(verso) que as mãos do Poeta
desenham no tablado da vida.
É um grito, urgente,
que brota do inóspito,
do profundo,
das entranhas da terra
onde vive o Magma da Vida
e as sementes que brotam palavras
e deslizam canções
na noite que avança
sobre a Escrivaninha da vida.
Sei que há alguém
do outro lado da vidraça.
Sei que me olha
enquanto deslizo a mão
sobre as teclas do Piano,
como um fantasma
que emergiu de um poema,
que... respira... profundamente...
A partitura... a pausa... o silêncio...
e dança, vertiginosamente
ao redor de si mesma.
É um Sussurro,
um murmúrio que ecoa a alma
em seu próprio espelho
para que somente ele a sinta.
É um toque suave, delicado,
manso do vento nos cabelos,
é o rebuliço de uma flor na face amada,
é um rastro de sol que se desenha na calçada
e tatua seu nome num coração que...
aguarda, quietinho... escondido...
um poema de amor...