Maria
Prosa e Poesia
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Textos

Entre Cedros e Muros

Entre cedros e muros,

vejo que já passou o medo.

Se um lado brilha um outono

e de outro figueiras pomposas,

é bom andar descalço e silenciosamente

para não ser abatido pelos armênios

de prontidão para defender o puro,

que, de sombras e amiscar

do augusto sol, nada sabem.

 

Se tens um sol morno

e nele posso plainar lembranças de batismo,

mesmo sem festas de rainha,

em voraz coragem, não há mais lugar para fugir

do absinto embriagador da cor e suspiros de amor.

 

Se o mundo roda para o meu lado

- não há como esquecer e nem lastimar

em se render as verdades tontas

que, de imprecisas nada tem.

 

Indefesos estão os deuses dissipados de medo,

que calçam rendas e volupeiam

num corcel avelado de macieiras

cujo maior evento é cavalgar

em busca de conquistar

o acalanto de lábios

em aviz e mármore puro,

de perambular por minhas terras

e continuar, ousadamente, a amar...

Maria
Enviado por Maria em 15/10/2022
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