Entre cedros e muros,
vejo que já passou o medo.
Se um lado brilha um outono
e de outro figueiras pomposas,
é bom andar descalço e silenciosamente
para não ser abatido pelos armênios
de prontidão para defender o puro,
que, de sombras e amiscar
do augusto sol, nada sabem.
Se tens um sol morno
e nele posso plainar lembranças de batismo,
mesmo sem festas de rainha,
em voraz coragem, não há mais lugar para fugir
do absinto embriagador da cor e suspiros de amor.
Se o mundo roda para o meu lado
- não há como esquecer e nem lastimar
em se render as verdades tontas
que, de imprecisas nada tem.
Indefesos estão os deuses dissipados de medo,
que calçam rendas e volupeiam
num corcel avelado de macieiras
cujo maior evento é cavalgar
em busca de conquistar
o acalanto de lábios
em aviz e mármore puro,
de perambular por minhas terras
e continuar, ousadamente, a amar...